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Doença de Crohn e colite ulcerosa

A Doença de Crohn e a Colite Ulcerosa são as duas principais Doenças Inflamatórias Intestinais (DII). Ambas são doenças crónicas e autoimunes, o que significa que o sistema imunitário do corpo ataca por engano o seu próprio trato digestivo, causando inflamação. Apesar de partilharem algumas semelhanças, existem diferenças cruciais na sua localização, padrão de inflamação e sintomas, o que é fundamental para o diagnóstico e tratamento.


Doença de Crohn

A Doença de Crohn é uma inflamação que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até ao ânus, embora afete mais frequentemente o íleo distal (parte final do intestino delgado) e o cólon.

Características:

  • Localização: Pode ocorrer em qualquer segmento do trato digestivo.
  • Padrão de Inflamação: A inflamação é transmural, ou seja, afeta todas as camadas da parede intestinal. É também segmentar ou em "saltos", o que significa que pode haver áreas inflamadas intercaladas com áreas saudáveis.
  • Lesões: Podem surgir úlceras profundas, fístulas (conexões anormais entre partes do intestino ou entre o intestino e a pele), abcessos (bolsas de pus) e estenoses (estreitamento do intestino).
  • Idade de Início: Mais comum em adultos jovens, geralmente antes dos 30 anos.

Sintomas Comuns:

  • Dor abdominal: Frequentemente na região inferior direita do abdómen, acompanhada de cólicas.
  • Diarreia crónica: Pode ou não conter sangue visível.
  • Perda de peso: Devido à má absorção de nutrientes e inflamação.
  • Fadiga: Cansaço extremo.
  • Febre.
  • Lesões perianais: Como fístulas anais, fissuras e abcessos.
  • Sintomas extraintestinais: Dores articulares (artrite), lesões na pele (eritema nodoso, pioderma gangrenoso), alterações oculares (uveíte), problemas hepáticos e renais.
  • Atraso de crescimento em crianças.

Causas: A causa exata é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, ambientais (ex: tabagismo), imunológicos e alterações na flora intestinal.

Tratamento: O tratamento visa controlar a inflamação, aliviar os sintomas e induzir e manter a remissão da doença. Inclui:

  • Medicamentos:
    • Aminossalicilatos (5-ASA): Para inflamação leve.
    • Corticosteroides: Para controlar crises agudas (uso a curto prazo devido aos efeitos colaterais).
    • Imunomoduladores: Azatioprina, mercaptopurina, metotrexato, para suprimir a resposta imune.
    • Agentes Biológicos: Medicamentos mais recentes (como infliximab, adalimumab, vedolizumab, ustekinumab) que bloqueiam proteínas específicas envolvidas na inflamação.
    • Antibióticos: Para tratar abcessos ou fístulas.
  • Dieta: Não existe uma dieta única, mas evitar alimentos que desencadeiam os sintomas e seguir as orientações de um nutricionista (ex: dietas de baixa FODMAP, ricas em calorias em caso de má absorção).
  • Cirurgia: Pode ser necessária para remover segmentos do intestino danificados, tratar fístulas, abcessos ou estenoses que causam obstrução. Não é uma cura, pois a doença pode recorrer em outras áreas.

Colite Ulcerosa

A Colite Ulcerosa é uma inflamação que afeta apenas o intestino grosso (cólon) e o reto.

Características:

  • Localização: Exclusivamente no cólon e reto. A inflamação geralmente começa no reto e se espalha de forma contínua para cima, por uma parte ou por todo o cólon.
  • Padrão de Inflamação: A inflamação é contínua (sem áreas saudáveis entre as inflamadas) e afeta principalmente as camadas mais superficiais da parede intestinal (mucosa e submucosa), levando à formação de úlceras superficiais.
  • Lesões: Caracteriza-se por úlceras rasas e inflamação difusa, sem formação de fístulas ou abcessos (ao contrário da Doença de Crohn).
  • Idade de Início: Mais comum após os 30 anos, com um segundo pico de incidência entre os 50 e 60 anos.

Sintomas Comuns:

  • Diarreia com sangue, muco ou pus: Sintoma mais característico e frequente.
  • Dor abdominal tipo cólica: Geralmente na região inferior esquerda do abdómen.
  • Urgência para evacuar: Necessidade súbita e inadiável de ir à casa de banho.
  • Tenesmo: Sensação de evacuação incompleta.
  • Perda de peso: Pode ocorrer em casos graves.
  • Fadiga.
  • Febre.
  • Sintomas extraintestinais: Semelhantes aos da Doença de Crohn, como artrite, lesões de pele e problemas oculares.
  • Risco acrescido de cancro colorretal: O risco aumenta com a extensão e duração da doença.

Causas: A causa é desconhecida, mas, assim como na Doença de Crohn, envolve uma interação entre fatores genéticos, imunológicos, ambientais e da microbiota intestinal.

Tratamento: O tratamento visa controlar a inflamação, aliviar os sintomas e induzir e manter a remissão.

  • Medicamentos:
    • Aminossalicilatos (5-ASA): São a base do tratamento, especialmente para a inflamação leve a moderada.
    • Corticosteroides: Para controlar crises agudas.
    • Imunomoduladores: Azatioprina, mercaptopurina.
    • Agentes Biológicos: Infliximab, adalimumab, vedolizumab, etc.
    • Medicamentos de Molécula Pequena: Como os inibidores de JAK (ex: tofacitinibe).
  • Cirurgia: Pode ser curativa na Colite Ulcerosa, ao contrário da Doença de Crohn. A cirurgia consiste na remoção total do cólon e reto (colectomia). Após a remoção, pode ser criada uma bolsa ileal (bolsa J) a partir do intestino delgado e ligada ao ânus, permitindo evacuações mais normais, ou uma ostomia (saco externo).

Semelhanças entre Doença de Crohn e Colite Ulcerosa:

  • Ambas são Doenças Inflamatórias Intestinais (DII).
  • São crónicas e autoimunes, sem cura conhecida, mas com tratamentos que visam o controlo e a remissão.
  • Podem apresentar sintomas extraintestinais que afetam outras partes do corpo.
  • O diagnóstico é feito por uma combinação de exames clínicos, análises laboratoriais, endoscopia (colonoscopia e/ou endoscopia digestiva alta com biópsias) e exames de imagem (TC, RM, cápsula endoscópica).
  • Ambas têm um curso cíclico, com períodos de crise (sintomas ativos) e períodos de remissão (sem sintomas ou com sintomas leves).

É fundamental que qualquer pessoa com sintomas sugestivos de DII procure um gastroenterologista para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado, que será individualizado para a sua condição específica.


Fonte:

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